
para: abril 1500
O balanço do mar deixa a maioria da tripulação enjoada e posso dizer que essa viagem não pode ser definida como um cruzeiro através do oceano Atlântico.
Dias sem ter o que fazer em busca de uma ilhota, de um horizonte diferente dessa quantidade absurda de água.
Estou dormindo desde ontem à noite no porão, com certo receio de virar comida dos marujos, mas com a curiosidade, que tantos gatos já matou, para ver o que acontece.
Tem um senhor escritor, que não pára de anotar as passagens da viagem e um outro, mais imponente, chamado de Capitão Cabral pelos outros, que não desiste de olhar para o infinito.
No meio da tarde seguinte, avistaram algumas gaivotas, um pedaço de terra, um monte que chamaram de Pascoal e praias lindas. Parece até um porto seguro.
Contornaram os arrecifes, desceram em botes e trocaram as primeiras experiências com os habitantes semi-nus daquela terra enorme. Parecem ser pessoas boas, inocentes, diria até pueris.
Acho que eles estão trocando papagaio por pardal e irão se arrepender, mas descobrir terras tem dessas coisas: quem vive na terra morre e o explorador, explora mesmo.
Vou correr um pouco pela praia e voltar para a nau antes que seja tarde demais para mim, afinal estou nú.
Prof. Manrat adoraria esse lugar diferente...
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