
para: 1869
Sempre volto ao passado, talvez tentando resgatar o meu próprio.
Compartilho a saudade do professor Manrat e de minha companheira, com meus anseios solitários ao lado dessa máquina temporal.
Desembarco na Índia.
É a primeira vez que venho para cá.
As religiões tendem a ser de difícil compreensão para espantar a alma do humilde da bondade divina. Deus é muito simples. O amor é singelo. Eu sou uma cobaia e pronto. Quero viver, respirar, não prejudicar o meu redor. Se tudo fosse candido assim...
A teologia hindu, complexa como a maioria das religiões milenares, concentra Deus em 3 formas distintas: a criadora (Brahma), a destruidora (Shiva) e a equilibradora (Vishnu).
Quando o mundo está intranquilo, confuso, beirando o caos, Deus envia à Terra Vishnu na forma humana para que possa ser feita a reconciliação da humanidade.
Preciso me equilibrar, me reconciliar para viver em paz.
Nesse quarto na cidade de Porbandar, a criança que nasceu ontem, parece descansar. Serena, tranquila, como deverão ser seus dias entre os hundus.
Deram-lhe o nome de Mohandas.
O povo o chamará de Mahatma.
Na verdade, Ghandi não apreciará muito o título, mas devotará sua vida pela independencia da Índia perante a Inglaterra (sempre eles...) e encaminhará seu país na rota politica e religiosa em harmonia perfeita com as tradições do povo.
Com certeza terá sucesso arrebatador.
Isso poderá até lhe causar problemas.
Não sei ainda do futuro que lhe reserva.
Com certeza, o menino não se interessa pelo destino, mas pelo caminho.
Que a paz desse quarto venha a se expandir ao ocidente, aos olhos dos que procuram a tranquilidade de viver entre irmãos. Como ele dirá um dia, "a alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não propriamente na vitória conquistada."
Paz a todos.
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