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O número de pessoas na montanha passava de mil.
Do fundo não conseguia ver o centro da atenção e muito menos escutar o que todos observavam com o silêncio da alma.
Passei entre as pernas, as mochilas e bastões, pelas crianças e idosos. Me aproximei daquele homem pardo que falava mansamente sobre ser bem aventurado.
Tanta coisa importante que ele pronunciou e me lembro claramente do "felizes os que que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados."
Falou em saciar a esperança, a vontade de ver um mundo melhor, espalhar a misericórdia por todos os terrenos mundanos. Ser sal da terra.
Até esqueci da minha fome animal.
Me alimentei das palavras lindas e densas, como maná dos céus.
Voltei para o fundo, a voz dele foi sumindo, as palavras jamais.
Lembrei-me do Prof. Manrat e sua calma, seu carinho para comigo.
Botões em sequencia e a montanha ficará para trás.
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